terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Ibope comprova o óbvio: brasileiro detesta Carnaval

Transmissão dos desfiles das escolas de samba na Sapucaí perdeu até do Domingo Espetacular, da Record; audiência neste ano foi 20% inferior à de 2011; apesar disso, a invasão do ziriguidum na telinha continua torturante

 

Os dados do Ibope, sobre a audiência na televisão brasileira, deveriam servir de parâmetro para orientar a grade de programação das principais emissoras. É assim que funciona, por exemplo, com os telejornais, novelas e programas de entretenimento. Mas, no Carnaval, essa regra é colocada de lado. Os desfiles da Marquês de Sapucaí invadem a telinha não apenas no momento em que acontecem, mas também em todos os telejornais, que são antecipados para que a grade se ajuste ao horário do ziriguidum. Bom, imagina-se então que isso ocorra em função da expressiva audiência dos desfiles. Nada disso. Neste ano, o Ibope da Globo na primeira noite da Sapucaí foi de apenas 8,3 pontos na Grande São Paulo, o que é quase nada para uma emissora acostumada a registrar 40 pontos com suas novelas. E o mais sintomático é que a audiência recuou 20% em relação a 2011, quando já havia sido de apenas 10,4 pontos.
Neste ano, a Globo conseguiu perder até para dois programas da Record, transmitidos no mesmo horário dos desfiles: o Domingo Espetacular e o Repórter Record. O que não acontece em fins de semana e dias normais. Ou seja, o Ibope traduz uma realidade óbvia e cristalina: brasileiros, em sua grande maioria, não gostam dos desfiles de Carnaval. Ou, pelo menos, os que gostam assistem ao vivo, e não pela televisão.
Essa realidade, portanto, deveria orientar não só a programação das televisões, como também a edição de outras plataformas jornalísticas. Um caso interessante é o do excelente portal de notícias G1, que também pertence às Organizações Globo. De cima abaixo, sua página principal é tomada por notícias de Carnaval. Mas será que o público gosta? As cinco notícias mais lidas, também destacadas na home, não têm qualquer relação com a Sapucaí. São elas: (1) incêndio em Honduras, (2) censuras no Facebook, (3) assassinato em Passo Fundo, (4) filha de Whitney Houston usa drogas e (5) menino de cinco anos vive como menina e tem transtorno de gênero.
Será que em 2013 vai ser diferente?

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Após proibição de venda, Rafinha Bastos distribui DVDs na Avenida Paulista; assista

Após ser proibida a venda dos DVDs do show “A Arte do Insulto”, por conter piadas sobre deficientes físico e mentais, o humorista Rafinha Bastos resolveu ir para a Avenida Paulista, em São Paulo, e distribuir o material para quem passava no local. “Vender eu não posso, mas e se eu desse de graça?”, perguntou ele no início do vídeo.

Rafinha chegou a “presentear” com DVDS policiais que fazian ronda no local. Gravada em vídeo, a intervenção também foi feita em estações do metrô da cidade. O final do vídeo ainda trouxe um comunicado: “Nenhum cidadão foi ferido durante a gravação deste vídeo…nem assistindo ao DVD”.

A liminar que proíbe a venda dos DVDs em todas as lojas do Brasil foi concedida pela Justiça de São Paulo na última semana após a Apae entrar com uma ação cível contra o humorista. A instituição ainda pede que Rafinha se retrate publicamente pelos danos causados à imagem pública dos deficientes. O comediante  poderá entrar com recurso.


A ação ainda se desenrola na Justiça e o caso pode trazer mais prejuízo ao humorista. Se condenado, Rafinha ainda poderá pagar 100 mil reais para a Apae, 100 mil reais para fundo de defesa dos direitos difusos e 10 salários mínimos (cerca de 6 mil reais) a cada associado da Apae que se sentir ofendido pelas piadas.

Ao UOL, Rafinha comentou a decisão na última quinta-feira (2). “Eu acho o material que lancei absolutamente reprovável. Se eu tivesse no lugar da justiça, também impediria a venda de um produto tão ofensivo. Achei a atitude rápida, afinal, criei as piadas agorinha entre 2004 e 2006. Aos 120 mil amigos que compraram o DVD, peço que queimem suas cópias”.

“A propósito, já faço outro show desde o ano passado chamado ‘Péssima Influência’. Quem quiser me processar, está convidado a pagar para assisti-lo”, afirmou.